Você me levou à beira do que os poetas chamam de amor. Me falou todas as coisas que eu queria ouvir com propriedade. Com verdade. Você insiste que tudo foi verdade, mas não consegue explicar nada do que faz. Você me levou pra dentro da sua vida e disse pra eu me sentir à vontade. Senta, bebe alguma coisa. Gin? Eu bebi e relaxei, certo de que adormeceria nos braços de alguém. Que sorte a minha quando acordei e te vi. Você me levou pra onde eu nunca tinha ido. Eu nem sabia o caminho para chegar até aqui. Nunca pedi pra ser carregado. Só fui acompanhando a maré que sua lua formava. A sua mesma lua que transava com o meu sol. Você me levou à beira de uma relação e eu só percebi quando estava lá. Largado, de frente com o perigo, no trecho fino de pedra lodosa, me equilibrando. E então você me joga no vão. Um vão tão escuro quanto é possível. Vazio. Me sinto vazio e cheio de questões. Você me levou e pelo jeito contava que eu me contentaria com a jornada. Que mal tem interromper a viagem no meio? E eu fiquei na estrada, pedindo carona de volta pra minha rotina.
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