21 novembro 2018

sem título

Parei com a mania de achar que perdi algo. Parei de insistir que há algo a se perder. Não há. A vida é uma jornada de troca. De sorrisos, de declarações, de aconchegos, de histórias. Trocamos nossas histórias nos nossos tempos. E não vou ser estúpido e achar que foi rápido demais. Não foi. Teve a duração necessária para me fazer feliz. Viu as luas e os sóis que precisou ver. Os cafés da manhã não tomados, os jantares compartilhados, os almoços alimentados. Foi as conversas que precisou ser, as pessoas que ansiavam por participar, as confissões que não conseguiram ser seguradas e os minutos de pensamentos perdidos que tinham para serem achados. Teve a vista que estava guardada e a tragédia que podia ter sido evitada.

Eu não vou reclamar, eu não vou chorar, não vou me rastejar. Eu vou fechar meus olhos e meditar. Vou procurar crescer e torcer para que você cresça também. Vamos seguir nossos caminhos sorrindo e sendo uma lembrança no raso da cabeça. Quem sabe em dois meses já esquecemos de tudo. Não como um esquecimento definitivo. Não. Mais como um esquecimento imediato. Quando a lembrança não fica na superfície, penetra. Quando se esquece mas logo se lembra ao sentir um cheiro, ouvir um som, ver uma cor.

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