10 julho 2017

À distância



Não importa quão longe eu vá. O meu amor vai estar ainda distante. Hoje ele está em Búzios, de shorts e cabelos ao vento. Eu estou aqui, sentindo o vento das Minas Gerais. Aquele vento que tem voz grave e assustadora. Ou é isso, ou é a solidão aqui no meu quarto, enquanto eu converso com ele pela tela do meu computador.

Às vezes penso que eu não tenho mais idade para isso, lidar com um relacionamento sem ter carne e sem ter osso. Às vezes eu acho que é o vento que berra isso tudo nos meus ouvidos e me deixa louco. Não sei até quando suporto ser louco e sozinho. Não sei até quando suporto imaginar as praias que sopram o vento do lado de lá do meu amor, enquanto eu só sinto o vento dos vales daqui.

Entre uma briga e outra, que eu acho que existem pra manter esse amor distante ao menos vivo, nós dormimos. Eu gostaria que ele deixasse a tela ligada, pra que eu pudesse ver quando a pálpebra dele pesasse. Ver quando o dia dele terminasse. Só então, à distância, eu poderia terminar o meu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário