07 dezembro 2014

Sardas


Eu gosto quando você diz que as sardas que você carrega nos seus ombros aparecem todas as vezes que você tem vontade de confessar o seu amor a uma certa pessoa. E você fala assim "certa pessoa" como quem tem vergonha de amar demais ou de todas as sardas que você carrega nos ombros. E eu passo horas imaginando que essa "certa pessoa" sou eu, mesmo que você nunca me diga quem é. Não importa o que eu prometa, você nunca me diz. Aí eu acho que você faz de propósito. Que essa é a sua maneira de dizer que me ama e que sente vontade de me dizer, mesmo que você nunca me diga. Pode parecer loucura, mas é assim que é. 

E toda vez que eu olho você e suas sardas nos ombros, eu sinto como se lesse meu nome. Como se elas formassem um coração. Todas essas coisas clichês que casais apaixonados escrevem em árvores ou em papéis de carta. Mas você prefere escrever na pele, mesmo que seja involuntário. E só quem pode ler sou eu. Talvez porque eu não esteja no meu melhor estado mental. Talvez porque fosse tudo o que eu internamente desejasse. 

5 comentários:

  1. só vc pode ler pois só vc desfruta desta intimidade ...

    beijão

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  2. Sou do tipo que ama cicatrizes. Fico encantando como elas são mapa e livro sobre quem somos e sobre o que não dissemos. São sardas doloridas. rs

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  3. Sempre achei sardas apaixonantes, difícil seria não se apaixonar por pessoas com sardas.

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  4. Acredito que todos nós já usamos essa expressão: "certa pessoa", para nos referirmos a um amor secreto.
    Bj

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