Maria era menina para casar. Sempre soube disso, desde que a
vi, correndo no mato, debaixo do sol de setembro, que é lindo aqui na nossa
cidade. E de vez em quando ela virava para trás e me olhava. Soltava um sorriso,
desses sorrisos de boca e de olho. O cabelo dela balançava, parecia ter vida
própria quando Maria corria. Ela costumava andar descalça e ainda assim parecia
limpa. Cheirava a baunilha e a verão, qual fosse a estação. Decidi naquele dia
que Maria seria minha. Ela não falava alto, não encostava o cotovelo na mesa na
hora da janta, não roía as unhas das mãos. Maria não dava conversinha nem
sorria aquele sorriso dela para qualquer um. Maria parecia que era só minha. Se
comportava nas festas, não tinha Tinder, nem ex-namorado Maria tinha. Ela tinha
uma voz doce e cantarolava a canção da abertura da novela toda vez que tomava
banho. Aqui fora, no nosso quarto, ainda hoje me encanto com a voz da Maria
debaixo do chuveiro. Tão afinada é Maria.
Os pássros nos fascinam com seu gorjear ... Maria nos fascina com sua liberdade ...
ResponderExcluirRealmente Maria era única.
ResponderExcluirBjux
essa tua escrita acaba comigo! que lindeza.
ResponderExcluirdentrodabolh.blogspot.com
A felicidade da liberdade ...
ResponderExcluir