Não durmo há oito meses porque tenho medo de fechar meus
olhos e nunca mais me acostumar com as luzes fluorescentes que piscam na noite
lá fora. Às vezes preciso de um descanso, mas tenho medo de parar para descansar
e nunca mais me levantar. Eu vivo ouvindo as vozes estranhas e rindo sorrisos
vazios para pessoas que não sabem se comunicar comigo. Pode ser que nem eu
saiba me comunicar comigo hoje em dia. Culpa da falta de tempo, aquele tempo
que eu usava para comer pão na chapa, beber café com leite e ler o jornal de
domingo pela manhã. Agora eu não vejo o sol, porque estou trancada num quarto
de motel com algum desconhecido. Espero que ele pague meu taxi na volta e que
ele não peça para dividir a conta só porque eu bebi uma latinha de Pepsi do
frigobar. Enquanto eu retoco a maquiagem, eu penso no sapato que vou usar na
noite seguinte e no tipo de cara de paisagem que vou fazer durante a noite
quando encontrar aquele cara com quem eu dormi num desses fins de festas e que
nunca me retornou. Aquele até seria um bom namorado. Por ele, eu abriria mão
das luzes das boates.
Belo texto, me diverti lendo e pensei em muitas coisas! obrigado por compartilhar! bs
ResponderExcluiradorei. texto sensível, criativo e impressionante! parabéns.
ResponderExcluirdentrodabolh.blogspot.com
Muito legal, divertido e descompromissado ! Mas tudo a seu tempo ! Viva esse que tudo muda !
ResponderExcluirAbraço !
A vida como ela é ... simples assim ...
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