Ele
sabia tudo o que eu pensava e tinha a mania de adivinhar minhas palavras, na
frente dos nossos amigos, antes que eu as dissesse. Depois, quando lembrávamos
desses momentos, nós dois na mesa do café da manhã de domingo, ríamos.
Gargalhávamos por nada e adorávamos gargalhar. Às vezes eu sentia meus olhos
úmidos de tanto rir e eu adorava essa sensação. Adorava também ver, a cada dia,
um vinco novo no rosto dele e ele dizia que os vincos surgiam de tanto que nós ríamos.
Eram dias de felicidade. Esse tipo de felicidade calma que a gente nunca
percebe que existe, até que ela não existe mais. Quando eu pegava ele me
olhando daquele jeito bobo, admirando o que eu fazia ou falava, eu o encarava.
E quando ele via que eu estava encarando ele, com um sorriso torto na minha
boca, caíamos na gargalhada de novo porque era o que a gente fazia melhor, rir.
Gargalhar.
Se
alguém me perguntasse que eu imaginaria ele, rindo comigo desse jeito, depois
de tantos anos de adiamento, eu diria que era loucura, mas afinal essas coisas
existem mesmo. Quando você percebe, você está rindo sem motivo e chorando de
tanto rir. Gargalhando.
"Esse tipo de felicidade calma que a gente nunca percebe que existe, até que ela não existe mais".
ResponderExcluirE dá um medo de nunca mais senti-la de novo, não?!
Essa cumplicidade em que apenas um olhar basta para que tudo seja entendido e uma gostosa gargalhada aconteça é sempre bacana!...
Grande abraço!
"Se alguém me perguntasse que eu imaginaria ele, rindo comigo desse jeito, depois de tantos anos de adiamento, eu diria que era loucura, mas afinal essas coisas existem mesmo. "
ResponderExcluirQ blz isto ... pura sabedoria ... um aspecto importantíssimo q se impõe com o tempo se quisermos ser verdadeiramente felizes ... viver a simplicidade e com simplicidade ...
Beijão
eu um dia vou escrever igual a vc...
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