18 junho 2014

Quem eu era


Hoje nem sem mais quem eu era. Quando eu pego pra ler o que escrevia há uns anos atrás, leio outra pessoa. Qualquer um menos eu. É engraçado ver como você era há uns cinco ou quatro anos atrás. Daquele lá eu invejo a pureza, as palavras saíam tão reais, tão genuínas. É estranho se ver de fora no futuro. Às vezes dá até vergonha do tanto de coisa que disse e que poderia ter ficado não dita. E o estilo então? Cheio de cafonices e parágrafos. Quando paro hoje para pensar nem sei pra que é que servem aqueles tantos parágrafos. Eu me abria sem pudor nenhum, sem vaidade. Tão louco ler aquele cara sem amor-próprio. Na verdade, nem sei se estou falando de amor-próprio mesmo. No fim das contas pode ser qualquer coisa. Eu só acho que não precisava falar de todo mundo que amei e invejei e com quem quis dormir. Tem coisa que não precisa falar, né? Dá um sentimento estranho ler esses textos nos quais eu falava coisas tão íntimas de pessoas que nem sentiam o mesmo que eu. Sei lá. Fico pensando se era melhor ser desse jeito e colocar pra fora tudo o que eu tenho aqui dentro numa de se esvaziar de tempos em tempos, ou se era melhor ter ficado calado que com o tempo passava. Eu olho aquele menino apaixonado que falava de si sem pudor nenhum e nem entendo de onde ele vem. Parece tão distante, tão romântico.

7 comentários:

  1. ah! eu não me arrependo de nada ... tudo faz parte da construção ... ou não?

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  2. Veja pelo lado bom: hoje todo mundo faz isso no Facebook! Blog, mesmo cafona, ainda é mais cool! :-)

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  3. Ah eu conheci o Antônio romântico e ele era chato, sinceramente, vc tá muito melhor agora. graças ao meu bom Deus.

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  4. Ah,eu te conheço pelo q escreves,e a julgar pelo q leio aqui,eu ia gostar muito de ti,guri !

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  5. Pelo menos fez uns amigos no caminho... Pra alguma coisa serviu tanta exposição.
    Pra mim, penso que foi o que eu precisava na época. Precisava falar. Nem que fosse sozinho. Mas por precaução delatei o blog! Não quero correr o risco de sentir vergonha de quem eu fui.

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