23 maio 2014

Teresa


Teresa só pensa naquilo. Por aquilo leia-se pães de mel e dormir grudado sem roupa. Fui capaz de levar a situação o quanto pude até que me faltou força física. Muito antes já estava esgotado de ouvir seus gemidos e maquinar uma maneira de, na noite seguinte, controlar aquela mulher. Ela vivia dizendo o que queria. Um corpo colado ao seu durante toda a noite, acordar sendo beijada na parte interna da coxa, sentir perfume e suor nas primeiras e últimas horas do dia. Entre tudo isso, pedia por um caminhão de pães de mel. Implorava até. Seus dedinhos frágeis tremiam todos quando eu me deitava. Em menos de cinco minutos tamborilavam sobre minhas costas. Por muitas vezes ignorei até pegar no sono. E Teresa chorava ali do lado, se contorcia, não se segurava. Outras vezes cedi, mesmo a contragosto. Valia a pena por uma noite de sono bem dormida, sem as lamentações daquela alma perdida. E quando a encontrava, no fim do dia antes da janta, estava sempre com aquele olhar seco e vazio. O rosto sempre meio corado e a pele que ardia em febre. As unhas sujas de doce até que ela as lambia e pedia por mais.

4 comentários:

  1. Gostei da Teresa, até me identifiquei exceto que eu sempre quero pizza. Sexo para mim é estranhamente relacionado a pizza.

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  2. eu ri muito do coment da Roberta ... mas entre pães de mel e pizza fico com uma feijoada ... carne, muita carne ... rs

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  3. Ô coisa linda, meu Deus, pq vc tinha parado de escrever mesmo?

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  4. "Para saber de Tereza, meu bem
    Pergunte primeiro a mim
    Tudo que sei de Tereza, meu bem
    Conto tim tim por tim tim"

    http://youtu.be/N454DRdNito?t=1m18s

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