Pegou na minha mão e saiu correndo por aí, na chuva. Gritava versos de Guimarães Rosa. “Se fosse só eu a chorar de amor, sorriria...”.
Pegou o casaco e a cartola. Ajeitou um em mim e outro em si próprio e seguiu, depois de alguns minutos correndo loucamente, a andar pela Avenida dos Aleijados.
Disse, no caminho, que não tinha muito que falar, que só queria andar ao meu lado e expor ao mundo quem somos.
“No cinzeiro cheio de cigarros fumados, os restos de uma carta...”. E daí nada mais fazia sentido. Andei porque era como minhas pernas respondiam à cartola que amassava meus cabelos.
E se alguém disser que eu me cale, até me calaria. Vai que seria assim, o fim de toda uma vida? E me peguei pensando. Vai...
será que é assim?
ResponderExcluirlindo, como sempre.
bj
ai ai...
ResponderExcluir“Se fosse só eu a chorar de amor, sorriria...”.
eu tb...
eu tb...
Se contentar com a presença, mesmo que não se tenha o que falar, é uma grande demonstração de ternura.
ResponderExcluirBjão
Adoro ler teus escritos... sempre fico a imaginar situações, a encontrar pontes entre coisas vividas...
ResponderExcluirAbração!
Lembrei de uma das canções do cd "canções de amor entre iguais"... muito "você vai ser meu escândalo" este [sempre belo] texto!
ResponderExcluireu me calaria, também. junto à cartola, e àquela mão puxando a minha pelo caminho, enquanto expunha ao mundo quem somos[seríamos].
ResponderExcluirlindo lindo.
[j]