02 abril 2011

Virada



A cidade estava fervendo. Pessoas viravam a noite como quem vira a esquina, sorrindo, uma garrafa de cachaça em uma mão e na outra sua garota. A sobrancelha sempre alerta, afinal era noite carioca.

O outro só voltava do cinema, Alice no País das Maravilhas. Metrô da Carioca, na noite carioca. Lamentava-se o que andava perdendo. Lamentava a noite que viravam lá fora. Enquanto ele só voltava com sonhos infantis na mente e um bocado de doces de cinema de domingo à noite.

O que era aquilo que sentia? Era arrependimento? Era vergonha? Estava se tornando mais puritano do que insistiam em dizer que era? Ou era só o fato de ter chupado uma pessoa num vagão vazio de metrô que era uma idéia repugnante para qualquer ser humano?

Colocou o fone no ouvido, ligou em qualquer música do George Michael como aquelas felizes coincidências que te faz dar uma gargalhadinha silenciosa. Escutou enquanto não chegava a sua estação. Enquanto lá fora a noite virava.

4 comentários:

  1. de virada em virada cada um vai seguindo a sua trilha escolhida ... o q importa é q as escolhas sejam as mais certas possível e q saibamos vivencia-las sem medos ...

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  2. É a noite com seus mistérios e convites, ao prazer desmedido.
    Bjux

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  3. Cada um com a sua consciência né? XD

    Beijo Antônio!

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  4. a vira virou... a mocidade chegou... e em cada cabeça uma sentença.. somos todos reflexo de nossos atos e se estivermos satisfeitos com nossa herança, não temos nada a temer... a luta e a vida!

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