Conheceram-se muito novos, quando as coisas ainda não estão devidamente decididas. Porque assim que decidissem, seria o casal perfeito. Se amariam debaixo do sol e da chuva e carregariam com eles a responsabilidade de que no dia seguinte houvesse o mesmo sol e a mesma chuva.
É culpa dos amantes se a chuva não cai antes ou depois do sol. Se o sol nem ao menos dá as caras. Ele costumava dizer isso em meio aos seus discursos retóricos, como quem domina não só a retórica, mas a consciência da retórica também.
Algo lhe intriga na palavra retórica. Talvez seja a lembrança que lhe traz do amor. Aquele amor bobo, despretensioso. Que tinha manias de fazer piadas, rir de si e de todos outros. Jorrava infantilidade pelas têmporas, ainda que alguns dissessem que aquilo se tratava de juventude e inocência. Era uma despreocupação.
Só lhe preocupava a retórica. Que a mesma estivesse intacta. E se assim fosse, seria bom para ambos. Fugiriam do destino de culpados. Livrar-se-iam do fardo que é carregar a responsabilidade pelo desaparecimento do sol e da chuva.
:) vc nunca me falou dele ...
ResponderExcluirFugiriam do destino de culpados.
ResponderExcluire a gente complica e complica e complica.
não entendi a imagem...
ResponderExcluircomo complicamos a vida né? e ainda nos damos o direito de reclamar dela ...
ResponderExcluirhummmmmmmmmm!!!
bjão
;-)
Talvez essa retórica seja justamente a busca por aquele sentimento incosciente nosso que chamamos de...amor. certo?
ResponderExcluirNossa... Que texto complexo... Minha cabeça deu um nó agora... hahaha
ResponderExcluirUm abraço, Antônio... Até o próximo
nunca fiz o sol ou a chuva sumirem
ResponderExcluirConcordo com o Julio... complexo, mas muito bom =D
ResponderExcluirE adoro o uso da palavra "retórica". Acho-a sonora, bela... uma pena que, apesar da admiração, não consigo incluí-la no meu dicionário usual...
Um xêro!