29 maio 2010

O mal do século


A verdade é que o metrô é um ambiente rico em diversidade. É cheio de micro-organismos, aos quais somos expostos diariamente sem nem percebermos, quando pegamos a Linha 1 ou a Linha 2. Alguns deles só olham a gente, de longe, encostado no tubo de metal entre a velhinha que vai buscar a aposentadoria e o rapazinho de aparelho que vai pra aula do ensino médio. Isso quando o indivíduo que olha não é a velhinha da aposentadoria ou o rapazinho do ensino médio. Eles mandam aquele sorrisinho maroto e jogam a cabeça pra direita, como quem diz “Já é?”. Eles adoram dizer “Já é?”. E ainda existem aqueles mais agressivos, que basta entrar no vagão, percebem a nossa fragilidade, a nossa vulnerabilidade à sua espécie, e se colocam o mais próximo que podem. Tão próximos que parecem nos tocar, carinhosamente, que é para que aquele ato não seja doloroso, quando você lembrar daqui a uma semana. Carinhoso para que quando a gente entrar no mesmo vagão que eles estejam, eles possam de novo se aproximar e abusar da nossa receptividade. Existem pessoas receptivas a esse tipo de micro-organismo, acreditem. Essas pessoas preferem a doença da sujeira do metrô do que uma viagem tranquila. E, uma vez contaminadas, essas pessoas estarão acostumadas com a abordagem. É o mal do século, aquele que as autoridades não se preocupam em erradicar. O metrô está cheio deles.

5 comentários:

  1. mas tem q ser no ônibus

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  2. ri muito ... tem horas q isto é bem interessante ... pronto falei!

    bjux

    ;-)

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  3. há receptividade em qquer lugar, no fundo.

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  4. E não é que a reforma ortográfica atingiu até os micro-organismos?

    Não sou receptiva no metrô, só se fosse o Cadu do BBB.

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  5. ...msm sem perna e com bafo?

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