09 outubro 2011

Noite dos meninos


Não se controlavam de tão eufóricos naquela noite. Tiraram as maquiagens de dentro dos armários, despiram-se de suas roupas de brechó e começaram a flertar com suas imagens refletidas no espelho do quarto.

Uns se equilibravam em cacos de vidro sujos de vinho que deixaram na noite anterior, outros se cortavam pouco a pouco num prazer estranho pela sensação de morrer.

De olhos contornados, braceletes exibidos e pés jogados para cima naquela cama leve como uma nuvem, os meninos disseram as palavras que guardavam em seus bolsos, nas jardineiras que outrora vestiam.

Orgasmo.
Skittles.
Cotonete.

E seguiram pela noite adentro embebedando-se e cruzando os dedos, uns com os outros, de modo que só se largavam quando o campo magnético que os unia fosse então desfeito. Tatuaram-se com o resto de coca-cola que sobrou da orgia da semana passada e se mostraram em câmeras escondidas debaixo do colchão de casal.

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