04 outubro 2011

Não te amo



Não pense que eu te amei ou que cheguei perto disso só porque escrevi sobre você. Não pense que escolhi sentir sua falta enquanto você está do meu lado. Eu simplesmente senti e escrevi sobre isso. Não pense que eu penso na noite em que nos sentimos em todas as outras noites da minha vida. Porque eu não penso. E isso é natural.

Natural como o amor que não sinto porque eu nem te conheço, ainda que vira-mexe tenha escrito cartas a você e publicado-as em meu diário. Ainda que eu tenha lhe dito para me ter, para me abraçar ou para só me abraçar, eu não te amo.

Não se iluda com meu amor, nem com a inocência dos meus olhos castanhos. Não há inocência que resista ao orgasmo, à cerveja, ao cigarro. Pode ser legal você contar para as pessoas que eu te amo, que escrevo sobre você, desde aquela noite há muito tempo atrás.

No fim das contas, nós dois sabemos que isso não existe. Eu só queria que você me abraçasse, que você me beijasse, que você me olhasse. Naquele momento, eu queria. E isso, definitivamente, não quer dizer que eu te amo.

6 comentários:

  1. camus diria que essa é a carta de amor de todas as pessoas, porque o amor não existe

    uma boa dose de realidade aos românticos.


    se não tivesse uma certa psicologia reversa escondida aí

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  2. {Naquele momento, eu queria.}

    qse ninguém entende isso. e acaba achando que a gente vai morrer de amor pra sempre.

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  3. Não há inocência que resista ao orgasmo, à cerveja, ao cigarro.

    São inúmeras as vezes em que, ao te ler, sonho em escrever como vc.

    Admiro. Mesmo.

    Parabéns.

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  4. Ai, difícil comentar esse texto!
    Maravilhoso. Só.

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