30 agosto 2010

Quadrilha


Drummond amava Cecília, que era interessada por Clarice, que estava prometida a Graciliano. Esse, por sua vez, tinha um affair com Garcia Lorca, que morria de amores por Tarsila que era casada há dezoito meses apenas com Machado de Assis. Machado tinha um amor infantil por Capitolina, meio-irmã de Tom que costumava sair para as farras com Fernando. Fernando se vestia de mulher no jantar de todas as noites, fato abominado por Milton. Milton não entendia o conceito de crossdresser, que Ferreira insistia em lhe explicar. Ferreira só sabia dessas coisas por ser casado com Edith, mulher experiente e sábia dos assuntos da vida, amante de Maria Clara nas tardes no coreto, que dizia ao pai ir só pra ouvir o trovar de Chico. Chico tinha poesias secretas, feitas para uma tal de Madalena sobre a qual não se sabia muito. O que se conhecia da mulata era que vinha de Paquetá toda manhã, encantar os moços que poetavam e falar um pouco sobre os infortúnios de seus 16 anos.

8 comentários:

  1. qta graciosidade nesta elaboração poética ... uma construção lírica permeada de reflexões soltas finamente costuradas com inteligência ...

    bjux

    ;-)

    ResponderExcluir
  2. Adoro subverter os clássicos!
    E ficou ótimo!

    ResponderExcluir
  3. Ai meu deus, e quem não amava ninguém? rsrs

    ResponderExcluir
  4. muito bom!

    e gays se parecerem com elfos ou vice e versa só poderia ter saido da cabeça de alguém muito maluco que com certeza nunca leu Tolkien!

    ResponderExcluir
  5. Uma verdadeira ciranda contemporânea!

    ResponderExcluir
  6. acho que se o Drummond lesse isso, ficaria com uma invejinha de você!

    muito bom!

    abço ^^

    ResponderExcluir